âVocĂȘ merece um/uma companheiro/a que te honre, nĂŁo sĂł na sua presença, mas tambĂ©m na sua ausĂȘncia.â
Essa frase nĂŁo Ă© exatamente desconhecida de vocĂȘs, certo? Lemos e automaticamente balançamos a cabeça em sinal de concordĂąncia, reconhecendo sua âverdadeâ. Afinal, em um relacionamento amoroso, a CONFIANĂA Ă© imprescindĂvel. Sem confiança, nĂŁo hĂĄ relação que se sustente.
Como diz meu amigo @Mauricioduarte, citando Kevin Kelly:
 âA confiança se ganha em gotas e se perde em baldes.â
Mas quero te convidar a expandir esse olhar.
Por que aceitamos essa frase com tanta facilidade quando pensamos em um casal, por exemplo, mas não a aplicamos na relação com nossos filhos?
Quantos de vocĂȘs jĂĄ presenciaram a cena de um pai ou uma mĂŁe contando para outra pessoa o que o filho “aprontou”? E, pior, com a criança ali, ouvindo tudo?
Vale lembrar: uma criança aprende pelos modelos que a cercam â sejam os pais, avĂłs ou, muito fortemente, seus professores.
E aĂ, te pergunto:
Que mensagem estamos enviando ao cérebro dessa criança sobre o que significa CONFIAR em alguém?
Aqui vĂŁo trĂȘs reflexĂ”es que surgem de imediato:
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Intimidade exposta:
Quando pais expĂ”em as atitudes dos filhos publicamente, ensinam que nĂŁo existe espaço Ăntimo dentro de casa. A criança aprende que tudo pode ser levado ao âforo pĂșblicoâ. Como consequĂȘncia, cresce sem entender o valor da privacidade, e pode achar normal expor (ou ser exposto por) qualquer um. Essa criança cresce sem a percepção de respeito e Ă©tica, logo, tem dificuldade para entender quando chamam sua atenção a respeito de uma conduta inadequada.
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Banalização do erro:
Se uma atitude inadequada vira assunto de âroda de conversaâ, a criança pode parar de se constranger com seus erros. Em vez de aprender com eles, passa a normalizĂĄ-los ou atĂ© mesmo a se destacar por eles. NĂŁo aprende a distinguir o certo do errado, jĂĄ que Ă© exposto pelo meu erro e ganha âibopeâ pela sua conduta.
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AusĂȘncia de porto seguro:
Quando pais, que deveriam ser os guardiĂ”es emocionais, expĂ”em os filhos ao ridĂculo, eles crescem inseguros e retraĂdos. Sem um espaço seguro para errar e aprender, essa criança pode se considerar incapaz de agir bem e, como resultado, deixar de desenvolver habilidades sociais e emocionais essenciais.
A pesquisadora BrenĂ© Brown criou um acrĂłstico para explicar o que compĂ”e a confiança: B.R.A.V.I.N.G., em inglĂȘs.
O âVâ representa Vault, ou seja, cofre. Ela explica que aquilo que dividimos com alguĂ©m em quem confiamos deve ser guardado com sigilo. E o mesmo vale para o que ouvimos de alguĂ©m. Confiar nĂŁo Ă© sĂł proteger o que me foi confiado, mas tambĂ©m nĂŁo compartilhar o que nĂŁo me pertence.
Ela chama de âintimidade baseada em inimigos comunsâ aquela que nasce da fofoca ou da quebra de confidĂȘncias â uma falsa intimidade.
Confiança de verdade se constrĂłi com respeito mĂștuo e integridade.
Por que exigimos tanto que nossos parceiros mantenham esse tipo de vĂnculo com a gente, mas achamos natural romper esse vĂnculo com nossos filhos?
NĂŁo faz sentido!
MĂŁes, pais: prestem atenção! âO que vou colher na vida tem muito a ver com o que cultivo no dia a dia.â, como diz Leo Fraiman.Â
VocĂȘ quer criar filhos sem Ă©tica, sem empatia e sem valores morais?
Continue expondo-os publicamente.
Agora⊠se deseja ver essas crianças florescendo, crescendo com autoestima, responsabilidade e maturidade emocional, invista na parentalidade e na educação conscientes.
Seja consciente de que suas açÔes reverberam diretamente na pessoa que elas estão se tornando.
VocĂȘs sĂŁo modelos.
E â reparem na força desta frase â vocĂȘs sĂŁo agentes da mudança social que desejamos ver, por meio da forma como escolhem educar.
đ Estamos cultivando um ambiente de confiança ou apenas esperando que ele exista?
O que nossos filhos estão aprendendo sobre ética, respeito e segurança emocional a partir das nossas atitudes cotidianas?
Obrigada por me acompanhar até aqui.
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