Existem executivos que dão gosto de ver.
Sempre alerta para as mudanças do mercado, atualizadíssimos em seus negócios, gestores de equipes de forma impecável, grandes orientadores e capazes de resolver situações complexas com uma boa conversa.
Seus resultados são grandiosos, seus bônus maravilhosos e acabam assumindo como sobrenome o nome da empresa que gerencia, afinal eles são parte importante delas.
São, venerados, invejados, cultuados, chamados para diversos eventos, objetos de desejo por outras empresas e por pessoas que se orgulham em fazer parte de seu rol de amizades.
Muitas vezes workaholics, às vezes não conseguiram ver seus filhos crescerem e nem participaram muito de sua criação. Suas esposas são seus portos seguros e recebem sua atenção sempre que possível, só que muitas vezes isso não é possível.
Normalmente se realizam com suas conquistas financeiras, belos carros, propriedades exuberantes.
À medida em que seu sucesso aparece e o tempo passa, começam a projetar as suas aposentadorias.
Que tal comprar um belo apartamento na praia? Afinal é um sonho de toda pessoa bem sucedida e, quando se aposentar, pode ser a nova moradia. O plano perfeito é possível! Enquanto os filhos são pequenos, até que vai bem. Depois essas propriedades se tornam caras, enjoativas e acabam muito tempo desabitadas. A moradia à beira mar já começa a ficar comprometida.
Bom, se a praia é muito longe, uma fazenda ou sítio mais próximo, pode ser uma excelente opção.
No começo tudo é festa, depois a manutenção bate à porta, o trato com o caseiro passa a ser uma extensão dos problemas com colaboradores na empresa e a brincadeira já passa a ser não tão divertida assim.
Os filhos crescem, trilham novos caminhos e o executivo chega a cada dia mais próximo da marca fatal: a aposentadoria.
Nesse dia, uma grande festa, o recebimento de um mimo da empresa, muitos abraços, as frases de que ele será inesquecível, etc, etc, etc.
No dia seguinte não há para onde ir, não há com quem discutir estratégias nem mostrar seu grande potencial na empresa.
Muitas vezes os filhos não têm aquela afinidade que ele deveria ter conquistado durante os anos de árduo trabalho.
Para explicar quem ele é, já acaba ficando mais difícil, pois já perdeu o cargo e o sobrenome da empresa que lhe abria todas as portas. Infelizmente muitos de seus “amigos” de trabalho, jamais se deram ao trabalho de saber e decorar seu sobrenome.
Ligar para alguém que antes era uma honra para o recebedor da chamada, agora é um tormento, pois o recebedor pode não se lembrar de quem se trata, já que a sua identificação anterior, ligada à empresa, de uma hora para a outra desapareceu.
Chega-se então à conclusão de que sempre existiram duas realidades, mas o foco foi somente numa delas.
Infelizmente muitas vezes a aposentadoria acaba sendo assim mesmo.
Todos nós temos duas realidades, a externa e a interna.
A externa somos nós de olhos abertos, aquilo que se consegue perceber de acordo com as mudanças, normalmente na vida profissional. A interna é quando fechamos os olhos e só nós mesmos podemos olhar para dentro e enxergarmos os nossos próprios problemas e propor soluções.
Não é fácil medirmos o quanto somos bons em enxergarmos a essas realidades internas e propormos respostas para cada uma delas.
É aí que entra a Axiologia, a medição dos padrões de pensamento que cada um de nós temos de forma pessoal e particular.
De olhos abertos, temos que saber o quanto conseguimos compreender os outros, qual a nossa clareza quando problemas nos são propostos, nosso pensamento prático e, por fim, saber o quanto temos de clareza para sabermos o que é certo e errado nas opções que nos são propostas.
É exatamente aí que os grandes executivos se saem muito bem, com pontuação alta.
Já, quando fechamos os olhos, temos que ter a exata medida da consciência de si próprio.
Quais são as suas aptidões e quanto se está colocando isso em prática?
Outro ponto importantíssimo é sabermos reconhecer quais são os nossos papéis na vida. Cada um de nós temos diversos papéis na vida, como filhos, como pais ou mães, como maridos ou esposas, amigos e, claro, o lado profissional.
Ser ótimo profissional e não saber ser ótimo nos seus papéis na área pessoal, deixar de desempenhar o que é importante nos papéis de companheiros e pais, pode cobrar um alto preço no futuro.
Coisa que muitos não veem quando se deixam enredar pelas correrias e demandas do dia a dia.
Por fim, há de medir a auto orientação. Quanto você tem de clareza para onde ir e como fará para conseguir isso.
Não há vento que ajuda quem não sabe para onde quer ir.
Não adianta se ter visão rápida se as providências forem deixadas para depois.
Não adianta ser rápido somente na visão interna e na interna as coisas serem prorrogadas indefinidamente.
A história do executivo acima é um claro exemplo de pessoas que são boas na visão externa e ruins na visão na interna, mas nada fizeram para acertar essa deficiência durante toda a vida, experimentando o amargor da decisão justamente na aposentadoria.
Deixar para ser feliz apenas quando se aposentar não é uma forma inteligente de se viver. Significa postergar ou atribuir a sua felicidade a um evento que não se tem controle de como será realmente.
Em resumo, esses pontos (visão interna e externa) são importantíssimos de se conhecer e medir em qualquer fase da vida profissional de uma pessoa.
Os pontos baixos devem ser estudados e tomadas medidas para que a clareza seja a maior possível, em todos os níveis.
Não é uma questão de sorte, é uma questão de autocuidado, de prevenção de saúde mental para o presente e futuro.
Suas ações, certas ou erradas, dependem de suas emoções e suas emoções podem ser direcionadas com maior facilidade através do seu autoconhecimento.
A Antares Talentos é especializada em como fazer um levantamento preciso de seus padrões de pensamentos e estamos à sua inteira disposição.
Mauricio Duarte