Um dos termos mais buscados na internet nos últimos tempos tem sido ‘Empoderamento’ e “Empowerment” como um todo.
Empoderamento dos idosos, dos negros, com relação a diversidade sexual, etc.
Mas sem dúvida alguma o que mais foi buscado é o Empoderamento Feminino.
Um modismo, uma tendência? Não, uma necessidade na sociedade moderna.
Apenas dois números para atestar essa necessidade.
O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que em 2018 as mulheres perfazem 50,67% da população Brasileira.
A OIT – Organização Internacional do Trabalho diz que apesar disso as mulheres perfazem apenas 48% da força de trabalho acima de 18 anos contra 75% dos homens.
Mas para não dizer que somos os piores do mundo, nos países árabes a proporção é de 77% de homens para 18% de mulheres na força de trabalho.
Por outro lado 16,6% das mulheres, estão no trabalho familiar não remunerado contra 6,4% dos homens.
Seria ainda uma questão de escolha?….
Quando falamos em questões salariais, nos deparamos com notícias de que as mulheres continuam ganhando menos e nos debatemos com três possíveis cenários que tentam explicar o porque disso ainda acontecer.
O primeiro é o de que a empresa não possui um processo de cargos e salários definido, ou tem uma gestão não profissional. Assim sendo, o salário de cada colaborador é decidido no momento da contratação, e não há regra coerente que garanta a equidade dos salários de colaboradores que exerçam o mesmo cargo, desde que não sejam comissionados por resultados individuais obviamente.
A segunda hipótese é devido ao contexto histórico de o homem possuir o papel de provedor e nisso é comum pessoas e empresas ficarem presas a antigos conceitos. Esse tem um conceito mais machista? Sim, sem dúvida.
Por fim, quando as mulheres se tornam mães é comum que, além da licença maternidade, muitas optem por se dedicar ao filhos se afastando por um tempo. Ao voltarem ao mercado de trabalho e terem o seu currículo avaliado, os avaliadores tendem a pensar que, se um candidato ficou fora do mercado de trabalho por um longo período, isso significa que se desatualizou, e, portanto, seu salário pode ser menor.
Se falarmos então de cargos de liderança, apesar da situação ter melhorado nos últimos anos, apenas 19% das mulheres ocupam tais cargos.
As mulheres devem então chorar as mágoas e colocarem tudo isso como culpa do Machismo?
Calma, não é bem assim.
Primeiro que colocar todas as mazelas em cima do machismo seria simplista e somente um aspecto do feminismo e estamos aqui para falar em empoderamento feminino que é diferente.
Vejamos de uma forma simplificada, apenas para efeitos de comparação.
Feminismo é resumidamente um movimento que prega a ideologia da equidade social, política e econômica entre os gêneros.
Empoderamento feminino é a consciência coletiva, expressada por ações para fortalecer as mulheres e desenvolver a equidade de gênero.
É uma consequência do movimento feminista e, mesmo estando interligados, são coisas diferentes.
Empoderar-se é o ato de tomar poder sobre si, sobre seus atos e sobre o seu futuro através de ações concretas.
As mulheres precisam reconhecer que elas são capazes, para então poder começar a fazer mudanças.
Em 2010, a ONU lançou os princípios de empoderamento das mulheres, a fim de pôr em prática seus propósitos para um mundo melhor. São eles:
Empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia são garantias para o efetivo fortalecimento das economias. Promove o impulsionamento dos negócios, do desenvolvimento sustentável, a melhoria da qualidade de vida e da sociedade como um todo.
O empoderamento feminino, basicamente, se refere a assumir o seu poder individual e ao mesmo tempo dar poder para outras mulheres. Com isso, há crescimento e fortalecimento do papel de todas na sociedade.
Reforçando essa ideia, existe um costume enraizado em termos de sociedade, de que as mulheres nasceram para se odiar e que devem se tratar como rivais. Em termos de posturas, isso muitas vezes é um fato corriqueiro. Sem entrar no mérito desse ‘habito’, empoderamento feminino tem em si um processo em que perceber-se no coletivo traz força e reconhecimento. Logo, quebrar esse costume é também parte desse processo de empoderamento.
Empoderar é enaltecer, promover ações que deem condições para as mulheres que quiserem, alcançarem o pódio, contribuir para que conquistem seus espaços de fala ou de trabalho. Enfim enaltecer a si mesma.
Qual a importância do empoderamento feminino?
Com relação às mulheres, é através dele que se pode diminuir desigualdades que ainda existem nos campos sociais, educacionais, da política e da economia.
Com mais de 50% de população, as mulheres podem eleger quem bem quiserem, desde que haja uma movimentação consciente para isso.
Assim sendo, a velha ideia de que política é coisa de homem pode ser fulminada imediatamente. Quantas mulheres estão envolvidas ou presas pelos escândalos políticos da Lava Jato proporcionalmente ao número de homens?
Em suma, empoderar é tomar poder sobre seus talentos, seus pontos fortes, portanto, sobre si mesma. Significa que qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode ter controle da própria vida, definir metas, adquirir habilidades e agir.
Então mulher, é possível empoderar-se da sua própria vida, trabalhando a sua confiança, se fortalecendo, reconhecendo seus talentos e tendo ambição para seguir os seus sonhos. Siga em frente!
Como?
Fácil motivar os outros…mas mostrar o caminho para a conquista desse desejo que surge, é outra coisa.
As mulheres devem competir pelos cargos masculinos em pé de igualdade , mas para fazer as mesmas coisas? Não. Isso as tornariam iguais e a ideia é que sejam reconhecidas pelas suas diferenças, suas caraterísticas únicas.
Na realidade o caminho é proporcionar meios para o reconhecendo de seus próprios talentos, seus pontos fortes e fracos, como se vê e como é vista pelos outros.
Tornando-se uma profissional que entregue os melhores resultados e se tornando cobiçada pelo mercado.
Vocês têm uma grande vantagem sobre os homens, pois o cérebro das mulheres é mais preparado para conversar, lidar com grupos e com outras pessoas. Tem a percepção mais apurada das emoções além da atenção distribuída para multitarefas.
Isso faz diferença no mundo corporativo onde cada vez mais se valoriza a Inteligência Emocional.
A evolução as fez assim, da mesma forma que o homem foi treinado pela vida a ter uma visão espacial aprimorada, ter sua atenção focada, daí a dificuldade da atenção distribuída que vocês têm, forçando-os a decidir.
Isso as faz diferentes e essas diferenças tem que ser utilizadas da melhor forma possível para serem melhor valorizadas e acima de tudo reconhecidas.
Empoderamento no dia a dia
É possível ter uma vida de propósito e ser respeitada pelo seu valor. Basta ter, como já citei antes, o autoconhecimento sobre os seus talentos, quais os seus mais fortes valores e o que as impulsiona na vida profissional e pessoal.
Isso é uma necessidade urgente.
Sabendo disso é possível tomar decisões e fazer suas próprias escolhas com uma certeza de sucesso muito maior. Procurar aquilo que realmente pode fazer de melhor. Entregar resultados melhores e ter seus atributos profissionais respeitados, não somente por ser mulher e feminista. Isso é fato.
Ao ser reconhecida e respeitada como profissional de alta performance, reforça o conceito de que você merece direitos iguais e oportunidades iguais sem a necessidade de qualquer outro artifício ou argumento.
Isso são leis de mercado.
As mulheres empoderadas tem uma participação social mais intensa e necessária.
Isso é uma aspiração da sociedade.
Para terminar, uma mulher empoderada não é dependente de ninguém, tem poder sobre si e sobre as suas coisas e decisões.
Essa é a sua missão.
Descubra e use seus Talentos. Empodere-se. Já !
Até a próxima.
Maurício Duarte