Uma minissérie lançada pela Netflix em 2025 acendeu um alerta. Em apenas quatro episódios, “Adolescência” expõe dores silenciosas de uma geração crescendo entre a hiperconexão digital e a desconexão emocional.
Logo no início, um pai escuta o áudio do filho: “Não estou bem, não quero ir para a escola.” No final, outro pai, em prantos, lamenta: “Eu devia ter feito mais.”
A série é ficção, mas a realidade que retrata é profundamente verdadeira.
Vivemos em uma era onde a tecnologia nos permite ver o universo em detalhes — e também nossos átomos. Mas, paradoxalmente, ela tem distanciado pessoas e fragilizado os vínculos mais essenciais: entre pais e filhos, professores e alunos, humanos e humanos.
Laços frágeis, telas urgentes
As telas ganharam um papel central. Estão na palma da mão, substituindo o olhar atento, o abraço espontâneo, a escuta generosa. Quando as crianças chegam da escola com algo a contar, quantos de nós paramos para realmente ouvir?
Estamos diante de um colapso dos laços sociais — e isso tem consequências sérias.
A Geração Alfa vai para a escola carregando medos, ansiedades e uma sensação de vazio.
Eles não são muito diferentes do que nós fomos. Mas enfrentam dois agravantes:
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A velocidade com que o mundo se transforma,
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E a ausência de um porto seguro, seja em casa ou na escola.
Quem está educando nossos adolescentes?
Em muitos contextos, a resposta é dura: as telas.
Elas se tornaram refúgio, companhia, espelho e conselheira.
Estão ocupando o espaço que deveria ser preenchido por vínculos humanos significativos.
E aqui está o alerta: não se trata apenas de tecnologia, mas de presença, vínculo, escuta, conexão.
Famílias diversas, escolas sobrecarregadas, professores e pais sem formação para lidar com um cenário tão complexo… tudo isso cria uma tempestade silenciosa.
O que a escola e a família podem (re)aprender
“Não dá mais para negligenciar a formação psicológica das nossas crianças num mundo tão complexo.”
— Rossandro Klinjey
A fala de Klinjey nos convida a rever as nossas práticas educativas:
Será que estamos formando apenas para o conhecimento?
Ou estamos ajudando nossas crianças e adolescentes a viverem com mais saúde emocional, propósito e senso crítico?
Rubens Harb Bollos também aponta:
“Quando a escola (ou a família) falha em promover vínculos, pensamento crítico e escuta, abre espaço para a reprodução da violência simbólica e da intolerância.”
E eu pergunto:
👉 Quanto temos ensinado aos nossos filhos e alunos sobre analisar o que se vê, sente e escuta?
👉 Estamos, de fato, presentes ou apenas ocupados demais?
A adolescência exige mais do que filtros
“Adolescente” é mais do que uma série. É um espelho.
E diferente do conteúdo passageiro das redes sociais, nossos filhos são permanentes.
“Não permita que o silêncio da tela se torne o ruído ensurdecedor da tragédia.”
— Rossandro Klinjey
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