Se você, como gestor, criar ‘panelas’ de trabalho e não equipes, a situação de sua entidade ou escola pode se complicar de uma hora para outra, e isso pode ser muito perigoso.
Não é novidade para ninguém que os gestores(as) têm sempre as suas pessoas favoritas dentro de uma equipe.
Pode ser porque essas pessoas tenham um perfil comportamental mais alinhado com o seu, ou ainda, que prefira aqueles que simplesmente cumpram as atividades, sem questionamentos.
O grande problema é quando esses gestores(as) começam a ‘passar a mão na cabeça’, ou criar regras diferenciadas para essas pessoas, em detrimento das demais; que aceitem a palavra desses mais “queridos” sem averiguações de fatos, e considere as reclamações contra eles como sendo apenas fofocas ou inveja.
Se ainda não fez sentido na sua cabeça, vou dar um exemplo comum que encontramos durante as consultorias às escolas por esse Brasil.
Imagine que no departamento administrativo de sua escola, as regras trabalhistas digam que os colaboradores, em geral, têm 30 dias de férias passíveis de serem acordadas como 20 dias de férias e 10 em dinheiro, concedidos nas datas de aniversário de contratação, descritos em carteira trabalhista.
Beleza, nada demais! São regras trabalhistas válidas para todo mundo, menos para os membros da ‘panela’.
Para os membros da ‘panela’, depois de uma pequena conversinha, alguns dias são concedidos, para serem descontados depois nas férias, porque haverá um feriado prolongado em breve e, afinal de contas, “fulano é tão legal”, né?
Na cabeça do gestor(a) tudo bem; na cabeça do ‘membro pan’, nada demais, afinal ele é um ótimo colaborador e merece essa deferência; mas na cabeça de quem não pertence a essa ‘casta’ e sabe que, se fosse pedir a mesma coisa receberia um sonoro NÃO, como é que fica?
Quanto maior a amplitude da ‘panela’, maior o risco para a instituição, porque se algo acontecer que desgoste a esses membros especificamente, como por exemplo, cortar essas concessões, haverá um semi-motim internamente. Quem perde? A instituição como um todo.
Obviamente que, a menos que haja uma séria pesquisa de clima organizacional, com sigilo garantido, dificilmente essa reclamação aparecerá de forma oficial, apenas dentro da ‘rádio peão’, e com uma amplitude avassaladora.
Vamos então às dicas que, acreditamos, irão te tirar de problemas fáceis de serem resolvidos como esse.
A primeira é, seja gestor(a) de seu grupo de maneira uniforme e coerente, não crie panelas. Você poderá continuar a gostar mais ou menos de alguns membros, mas regras são regras, e servem para todos.
Se achar que a regra é besteira, mude-a se puder, ou tire-a fora. Nem sempre se pode fazer isso, porque algumas são regras legais e obrigatórias. Portanto, se existir regra, tem que atingir a todos os membros de forma equânime. Procure ao máximo não dar ‘jeitinhos’.
A segunda dica é, antes de tomar uma decisão, independente dela ter vindo de quem você gosta muito e confia, ou de quem você não gosta tanto e tem certas reservas, vá atrás de evidências para confirmar as informações recebidas.
Aquela história de que “quem conta um conto aumenta um ponto”, tem tudo a ver dentro das organizações.
Se você fizer isso, quando receber uma reclamação de cliente por exemplo, após levantamento das evidências, deverá tomar as atitudes necessárias para a correção, seja lá com ou contra quem for, doa a quem doer. Não se favorece à ‘panela’ contra o cliente, certo?
Como última dica, sempre tenha em mente que, ser líder é fazer o que tem que ser feito pelo grupo e pela instituição, e não o que der na cabeça.
A justiça é uma virtude. Seja justo e prospere em sua carreira.
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Até a próxima
Mauricio Duarte
Antares Talentos