E eis que um novo meteoro, não com quilômetros, mas com nanômetros cai sobre a terra novamente.
Causando uma explosão que atinge todo o planeta, causando medo e morte.
Essa explosão, como uma onda piroclástica, vai arrasando aquilo que está pela frente e os seres sobre o planeta precisam se adaptar à nova realidade.
Como aconteceu da primeira vez, talvez não sejam os mais fortes a sobreviver, mas sim os que melhores se adaptarem às novas condições e necessidades da vida moderna.
Sim, apesar do tom alarmista, certamente tudo isso vai passar. Mas a vida, a meu ver, não retornará a forma original novamente. Como se nada tivesse acontecido.
Os fluxos migratórios serão afetados, os voos serão novamente afetados, a desconfiança geral e os procedimentos de segurança biológica, as formas de trabalho, de educação, de atendimento, tudo deverá ser revisto.
Até os contratos, as normas de segurança, os procedimentos internos, as avaliações de risco, os seguros, as telecomunicações, as produções e distribuição de conteúdo, nada será como antes.
Se a vida já tinha adquirido um conteúdo digital, agora então, com o distanciamento social conjugado com as necessidades de informação, saúde e educação irão ter um peso enorme na vida de todas as pessoas.
Foco nesse momento no que a Antares vem se aprimorando nos últimos anos, o fator educação.
Nos últimos dias, não anos, nem meses, isso mesmo, dias, os professores com alunos de todas as idades e matérias, tem enfrentado o desafio de criarem conteúdos digitais emergenciais para atenderem seus alunos colocados em quarentena.
É um esforço enorme, ainda pouco valorizado por alguns pais, que desconhecem a realidade de se preparar conteúdo e transformá-los em formato digital.
Muitos deles dizem que eram felizes e não sabiam, pois administrar uma classe de alunos é muito menos complicado que administrar seus próprios lares, filhos, demandas de trabalho, pais revoltados por assumirem algo que também é de sua responsabilidade mas era simplesmente terceirizado e o principal problema, as incertezas e bloqueios pessoais.
Sim, a nova demanda fez com que esse sentimento aflorasse de forma instantânea e avassaladora.
Há diversos perfis. Os criativos, os intuitivos e aqueles que adoram as novidades.
Estes estão se dando melhor, navegando pelas ondas digitais mas muitas vezes com uma carga emocional imensa de estarem trabalhando sozinhos ou a distância, sem ou com muito pouco envolvimento pessoal.
Por outro lado, temos aqueles resistentes às mudanças, que necessitam de um mapa ou plano de voo muito bem traçado para que consigam desenvolver um trabalho consistente e ao seu ver de qualidade. O problema é que não há tempo disponível para isso e o tempo de entrega da tarefa é ínfimo, causando outros tipos de carga emocional como desconfiança, irritação, medo e até revolta em terem que fazer isso.
Como já disse, os nanometeoros denominados COVID-19 trouxeram desafios inesperados e inéditos em poucos dias.
O primeiro deles foi descobrir o verdadeiro significado da palavra globalização. Como o morcego Chinês fez trabalhadores perderem empregos e separar famílias no resto do mundo.
Como, para que não haja a quebra de contratos de todos os tipos, incluindo os educacionais, fazem com que as escolas tenham que se aprimorar, naquelas que já tinham iniciado seus conteúdos digitais, ou iniciar de uma hora para outra essa empreitada, contando com os insumos e pessoal existentes e esses sem quase nenhum treinamento ou conhecimento de causa nesse mundo digital.
As experiências têm mostrado que uns se adaptam com certa facilidade, mas não sem algum sofrimento ou aumento de carga horária.
Por outro lado, outros, acostumados ao padrão presencial, a anos e anos seguindo um roteiro de aulas, muitos deles numa faixa etária mais desacostumada ao uso constante de tecnologia ou de criação de conteúdo se irritam, se rebelam, se recusam.
Pronto, acaba de ser criada a nova classe de dinossauros modernos.
Os dinossauros do passado, considerados os reis da natureza por seu tamanho descomunal, força, inexistência de muitos predadores, foram durante milênios o máximo da evolução.
A partir da queda do meteoro e as consequências advindas pela mudança no ecossistema em pouco tempo, sucumbiram por não se adaptarem como aqueles que eram considerados o rodapé da escala evolutiva, mas que dependiam de muito menos recursos para sobreviverem e se adaptarem.
Assim sendo, profissionais e educadores de todo o mundo tem uma corrida forçada contra o tempo para que essa adaptação seja bem sucedida.
Se bem que essa adaptação já seria testada mesmo sem a pandemia, quando entrar em vigor as propostas da BNCC sobre ensino de uma forma mais abrangente.
Integrando conhecimentos e matérias, em busca de um crescimento pessoal do aluno em termos de direcionamento de vida e carreira.
É hora de rever conceitos, de se autoconhecer de forma profunda e abrangente, além de construir uma rede de relacionamento colaborativa e complementar as suas necessidades e formas de adaptação aos novos tempos.
Que comecem os jogos.
Até a próxima.
Mauricio Duarte