A cada vez que os governantes estendem o tempo de quarentena, mais e mais empresários jogam fora seus planejamentos feitos e recomeçam tudo de novo.
Amplia-se também o sentimento de insegurança e de questionamento sobre o que se está fazendo e como será que as coisas se desenvolverão depois da retomada.
Já está amplamente aceito que, exatamente como era, nada voltará a ser. Nem que seja na forma de pensar o negócio, os riscos, as possibilidades de mudanças do processo ou mesmo da empresa.
Às vezes, negócios muito tradicionais, que sempre foram feitos da mesma forma, com uma ou outra introdução de tecnologia, poderão estar ameaçados agora. Vejam os restaurantes tradicionais, as empresas de turismo, as empresas aéreas, a indústria da diversão e de comemorações, como exemplo de tantas outras.
Os atendimentos essencialmente presenciais, precisam ser reavaliados para se atender às novas normas sanitárias, além das pessoas que ainda terão receio de sair de casa, mesmo após o retorno.
A maior trava para se encontrar soluções, a meu ver, será a forma de pensar do próprio empresário. Os mais puristas, ou que tenham um Perfil Comportamental mais alto em termos de Estabilidade, onde mudanças podem representar um problema ou um fator desestabilizador, deverão tomar muito cuidado.
O desafio agora é abandonar a ideia de que “nós sempre fizemos assim”. Se o empresário continuar a ter sucesso após a volta, usando a mesma fórmula que sempre deu certo, sinta-se abençoado.
Mas creio que para uma grande maioria esse pensamento deva ser “por que é que eu nunca fiz assim?”.
Vou dar um exemplo prático. Há alguns anos, uma entidade de ensino investiu um bom capital num projeto de ensino a distância, como forma de se diferenciar de seus concorrentes na época. Estava à frente de seu tempo. Tão à frente que não houve grande aceitação por parte dos clientes em dividir seu tempo entre o presencial e o virtual. Mas na época a banda larga era cara, os programas de streaming limitados e outros complicadores.
Hoje a coisa está diferente. Há receio de aglomerações, de proximidade e quem sabe aquele projeto possa ser uma parte do faturamento de hoje?
Fazer uma análise ABC de clientes e vendas talvez seja uma ótima ferramenta para se redirecionar vendas, estoque, visitas, etc.
Se alguém perguntou o que é e como se faz uma curva ABC de clientes e vendas, acaba de ter a segunda dica do dia. É hora de se atualizar em diversos assuntos que antes não tinham importância.
O terceiro ponto é que, por menor que seja o empresário, onde há uma tendência de ser o faz tudo, não tem jeito! Existem coisas que não temos capacidade de fazer e por outro lado, tem gente que tem essa capacidade e não está encontrando oportunidade de fazer. Quem sabe procurar essas pessoas e fazer um bom acordo de prestação de serviços temporários, ou escambo, ou de ensinar a fazer, ou seja, tudo tem que ser repensado.
A tecnologia tende a ser uma grande aliada, mas muitos empresários sabem vender, sabem expor, sabem sobre os benefícios, vantagens e características de seus produtos, mas nada sobre como colocar isso de uma forma atraente para que chegue a milhares de clientes ao mesmo tempo e por custos possíveis de se fazer. Como entregar rapidamente, como receber de forma segura, tudo isso são novos questionamentos que tem gente que sabe a resposta, mas nem sempre o empresário.
É um excelente momento para se repensar a empresa, os produtos, as linhas de comercialização, mas acima de tudo sobre a forma de como se atingir os clientes de forma impactante e econômica. Hora de focar no relacionamento com os clientes, tendo o olhar para as características e necessidades dos mesmos.
No retorno às atividades, saber o que oferecer de acordo com essas necessidades levantadas será a chave do sucesso na continuidade e recuperação dos níveis de negociação.
Mas lembre-se de que, inicialmente, se Autoconhecer é a chave para decifrar seus pontos forte e fracos. É saber onde terá dificuldades e saber porque e a quem pedir ajuda.
Significa potencializar seus pontos fortes e minimizar seus pontos fracos, tão vulneráveis nessa volta.
É saber que aquilo que sempre acreditou ser o mais correto, agora poderá estar sendo questionado e passível de ser ‘atropelado’ pelos concorrentes que estão usando esse tempo para se preparar para a volta.
Lembre-se de que se não fizer nada, não poderá colocar a culpa apenas no destino.
Faça por onde seu destino ser mais fácil de ser trilhado, mas tenha conhecimento do mercado e de si próprio para traçar esse novo caminho.
Conte conosco.
Maurício Duarte
Antares Talentos