Apesar de o desemprego ter baixado a 6,9% no segundo trimestre, a menor marca da década, há um segmento da população que ainda enfrenta dificuldades para abrir as portas do mercado de trabalho: os brasileiros de 18 a 24 anos.
Segundo o UOL, “nessa faixa etária, a taxa de desocupação é consideravelmente maior que a média nacional e atinge o patamar de 16,8%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) referentes aos três primeiros meses de 2024.” As informações estão organizadas no estudo “Performance dos Jovens no Mercado de Trabalho”, recém-lançado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
O estudo destaca que “aumentar a oferta de cursos técnicos, estimular o acesso ao ensino superior e aprimorar políticas de ‘matching’ — conectando empresas e trabalhadores de modo a suprir demandas do mercado — são algumas das medidas apontadas para alavancar a empregabilidade desse público.”
Concordo plenamente, mas há um entrave significativo. Para que os jovens se mantenham engajados e concluam seus estudos, é necessário garantir que os cursos escolhidos estejam alinhados com seus talentos naturais e motivadores pessoais. Este é um aspecto que muitas vezes é negligenciado.
Olhar para as profissões do futuro e aquelas que oferecem melhores remunerações, utilizando testes de aptidão baseados em matérias nas quais os alunos se destacam, não agregam valor se a escolha estiver desconectada de seus interesses e habilidades inatas.
Fazer o que se tem talento, o que se gosta, o que se faz sem muito esforço por ser algo natural, não garante felicidade eterna, mas oferece a esperança de que, após um dia difícil, o próximo possa ser melhor. Quando se atua em áreas que vão contra nossos motivadores naturais e talentos, cada dia é um desafio constante, resultando em uma experiência desmotivadora.
A solução é identificar o quanto antes os talentos desses jovens e direcioná-los para carreiras com maior probabilidade de sucesso. Mesmo as tarefas mais desafiadoras podem ser realizadas com alegria e dedicação por aqueles que possuem o perfil adequado.
Isso é um ponto a ser pensado urgentemente, especialmente agora que a BNCC está sendo discutida e aprovada. Os jovens terão que decidir ainda mais cedo em qual trilha formativa optar para, mais tarde, escolher sua profissão ou vestibular.
É sempre bom lembrar que não há vento que ajude a quem não sabe para onde quer ir. Descobrir os talentos e motivadores proporciona uma direção mais acertada. Pense nisso.
Maurício Duarte
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