Em mais de uma década trabalhando com escolas bilíngues, temos observado um padrão interessante: instituições com a mesma metodologia, estrutura e proposta pedagógica apresentam resultados drasticamente diferentes em termos de retenção e captação de alunos. O que explica essa disparidade?
Imagine sua escola como um barco a remo navegando rumo ao sucesso. De um lado estão seus educadores, aplicando metodologias de ponta com excelência. Do outro lado está sua equipe administrativa, gerenciando processos, comunicação e relacionamento com os pais. Para que o barco avance em linha reta, ambos os lados precisam remar com força equivalente e em sincronia perfeita.
Observamos três cenários recorrentes que comprometem a navegação:
No primeiro cenário, o lado administrativo é o elo mais fraco. A metodologia é aplicada com excelência, os professores são dedicados, mas os processos administrativos são confusos, a comunicação com os pais é inconsistente, e a percepção de valor se perde em meio a experiências frustrantes com a secretaria ou financeiro.
No segundo cenário, é o lado acadêmico que apresenta fragilidades – não pela metodologia em si, que é comprovadamente eficaz, mas por escolhas equivocadas na contratação de diretores e coordenadores. Líderes pedagógicos que não conseguem se comunicar eficientemente com a equipe ou que não dominam suficientemente a metodologia para gerar confiança no grupo acadêmico comprometem toda a operação. Vemos isso frequentemente quando há insistência em importar experiências de outras escolas que simplesmente não se alinham com a metodologia e os diferenciais de uma franquia educacional. A falta de confiança na hierarquia e na equipe paralisa o desenvolvimento pedagógico, mesmo com processos administrativos bem estruturados.
O terceiro cenário, talvez o mais complexo, ocorre quando não há comunicação eficiente entre os dois lados do barco – e isso geralmente está relacionado à influência do owner no processo. Comprar uma franquia educacional está ao alcance de qualquer pessoa com recursos e desejo de entrar no mundo da educação. É natural e esperado que se almeje um retorno de capital o mais rápido possível. No entanto, quando o owner assume o comando geral da operação sem os conhecimentos necessários sobre legislação educacional, necessidades estruturais de uma escola, ou sem aproveitar os treinamentos disponibilizados pela franqueadora, criando um ambiente onde só se cobra aumento no número de matrículas sem apontar a direção a ser seguida, o barco fica à deriva, com ambos os lados remando sem coordenação.
As famílias raramente deixam escolas bilíngues por insatisfação com a qualidade acadêmica quando esta é bem implementada. A metodologia, os professores e os resultados de aprendizagem geralmente recebem avaliações positivas. O êxodo acontece por falhas na percepção de valor, no atendimento administrativo ou na falta de alinhamento entre as áreas. Essa falta de percepção gera desconfiança e a falta de confiança em níveis de perigo ou de fuga, fazem com que os pais percam a noção de valor e sejam seduzidos por escolas mais bonitas, novas metodologias, ou vendas mais efetivas que demonstrem alguma coisa na qual eles perderam a confiança na instituição atual, e lá se vai mais uma matrícula.
Em um cenário onde o diferencial “bilíngue” já não basta – com centenas de escolas oferecendo programas similares – a experiência completa da família com a instituição torna-se o verdadeiro fator de decisão. E essa experiência é profundamente impactada pela harmonia entre todos os elementos do barco.
Os sinais de alerta estão lá, mas muitos gestores os ignoram: aumento nas reclamações sobre processos administrativos, dificuldade da equipe em explicar claramente os diferenciais metodológicos, colaboradores desmotivados ou com alta rotatividade, e pais que elogiam o ensino, mas questionam constantemente o custo-benefício. Quando esses sinais se acumulam, o barco já está desviando perigosamente de seu curso.
O período entre junho e agosto é decisivo para a retenção e captação de alunos no Brasil.
Não espere perder alunos para descobrir onde está o problema.
Na Antares Talentos, desenvolvemos uma abordagem científica para diagnosticar e corrigir esses desequilíbrios. Utilizamos ferramentas como o Mapa Comportamental da Equipe, que identifica os perfis ideais para cada função, e a Avaliação Startrust, que mede o nível de confiança entre equipe e liderança – um fator crítico quando observamos que a falta de confiança organizacional é frequentemente a raiz dos problemas. Sempre recomendamos um Sistema de Scoring de Risco que identifica famílias com potencial de saída, permitindo intervenções personalizadas antes que a decisão de sair seja tomada.
Imagine se sua escola puder :
Identificar com precisão as famílias em risco de não renovação, permitindo intervenções direcionadas que preservam centenas de milhares de reais em mensalidades anuais.
Realinhar equipes administrativas e acadêmicas, colocando os perfis comportamentais certos nas funções adequadas, reduzindo drasticamente reclamações e melhorando tanto a experiência dos pais quanto a qualidade da entrega pedagógica.
Estabelecer canais de comunicação eficientes entre as áreas acadêmica e administrativa, criando uma cultura de colaboração que beneficia toda a instituição.
Orientar owners sobre as particularidades do negócio educacional, ajudando-os a equilibrar as expectativas de retorno financeiro com as necessidades reais de uma escola de qualidade.
Elevar significativamente seu Net Promoter Score (NPS), transformando detratores em promotores e fortalecendo a reputação da escola na comunidade.
Desenvolver uma narrativa de valor clara e convincente, que comunica efetivamente os diferenciais reais da metodologia bilíngue, além de treinar a equipe para transmiti-la consistentemente.
Um diagnóstico recente que realizamos em uma escola bilíngue revelou que 23% das famílias apresentavam alto risco de não renovação – um impacto potencial de mais de meio milhão de reais em receita anual.
O mais surpreendente? A maioria dessas famílias estava satisfeita com o desenvolvimento acadêmico de seus filhos. O problema estava na percepção de valor, comunicação inconsistente e experiências negativas com processos administrativos.
O segredo está em entender que a excelência acadêmica, embora fundamental, é apenas parte da equação. A experiência administrativa, a comunicação clara, a liderança alinhada e a construção de confiança em todos os níveis – é o que realmente diferencia escolas bilíngues bem-sucedidas em um mercado cada vez mais competitivo.
Se você é gestor ou owner de uma escola bilíngue e percebe que seu barco pode estar remando em desequilíbrio, não espere até ver os resultados nas estatísticas de não renovação.
O momento para ação é agora – cada interação com os pais é uma oportunidade de reforçar o valor da sua proposta educacional e garantir que todos os elementos do seu barco estejam remando em perfeita sincronia.
Na Antares Talentos, acreditamos que escolas extraordinárias são aquelas que entregam excelência em todos os pontos de contato com as famílias – da portaria ao owner. Porque no final, não importa quão poderoso seja um dos lados do barco se o outro não consegue acompanhar o ritmo, ou se não há um timoneiro que indique claramente a direção a seguir.
Seu barco está remando em sincronia rumo ao sucesso em 2025 e 2026?
A Antares Talentos é formada por Maurício Duarte e Erica Moreira, especialistas em assessment e desenvolvimento comportamental para instituições educacionais desde 2015. Com experiência de mais de uma década no setor de educação bilíngue, ajudam escolas a identificar e solucionar desafios de retenção e crescimento através de metodologias científicas e abordagens personalizadas.